domingo, 24 de junho de 2007

Requiem para um Sonho (Requiem for a Dream)

Direção: Darren Aronofsky (o cara que fez ´´pi´´ não achei o simbolo aqui no teclado, meu!)Roteiro: Darren Aronofsky, baseado em livro de Hubert Selby Jr. ElencoEllen Burstyn (a mãe da mina do exorcista!)Jared Leto (Alexandre), Jennifer Conelly (Água Negra, Uma mente Brilhante)BREVE RELATO DE COMO CONHECI ´´REQUIEM PARA UM SONHO´´:(PARTE1): Era mais uma tarde ociosa de verão, dessas que o sofá gruda nas costas, eu e Pomba fomos na superlocadora do chinês e pegamos essa pérola pelo título mais que curioso. Eu estava bem, nem podre de tristeza, nem transbordando de alegria, era só uma tarde quente de janeiro. .....SINOPSE: Três jovens viciados (Jared Leto, Marlon Wayans, Jennifer Connelly) em heroína resolvem investir num negócio próprio. Ao mesmo tempo a mãe de um deles (Ellen Burstyn), que tem como principal companhia a televisão, recebe um convite para participar de seu programa favorito.....Drogas, álcool, violência gratuita: vícios. Vícios pertencentes a um mundo distante do nosso, que não cabem em nosso cotidiano de tv´s de plasma, videolocadoras caras, mensalidade de faculdade, expectativas para a Copa do Mundo. Coisa de vileiros ou milionários. ´´Requiem para um sonho´´ fala de vícios, mas não aponta culpados. Não foi a sociedade, a inconstância do Seguro Social, a truculência da polícia nem um bairro dividido entre bons e maus que corrompeu os personagens. Sonho. Essa palavrinha que as Paquitas me ensinaram a jamais desistir de alcança-la. Tão bonita na boca das criancinhas, mas piegas se sai da goela de um adolescente. Pois adultos não sonham, perseguem objetivos. ´´Réquiem para um Sonho´´ é fiel a seu titulo, e vai além mostrando o avesso do sonho, a inaptidão humana em ser deus do próprio destino.Darren Aronofsky mostra uma Numa Nova York distante do arvoredo do Central Park e dos cafés de Manhatann (coisas que só conheço por meio dois filmes mesmo), é um Brooklin diferente, onde não aparecem crianças se refrescando nos hidrantes, nem traficantes com carros possantes tocando rap a todo volume. Em apartamentos minúsculos iluminados pelas televisões todos os dias parecem segunda-feira.Ver televisão, procurar felicidade, realizar sonhos, fazer dieta, querer voltar a ser como antes... O que torna essas pequenas coisas da vida, que eu, você, tua mãe e todo o povo do prédio do lado faz, em um pesadelo tão horripilante quanto estar no meio da Paulista sob a mira dos ataques do PCC? O que transforma o desejo em obsessão fatal?´´Réquiem para um Sonho´´ me perguntou isso, só que não me deu respostas. Nos últimos 30 minutos da película há correria, pouco dialogo, muitos barulhos irritantes, angustia, sensação de taquicardia. É um filme de terror. Não, não há homens possuídos, correndo, com um machado na mão, atrás das mocinhas; nem crianças com rostos demoníacos; sobrehumanos mascarados; espíritos que se esgueiram pelos cantos mal iluminados. É um terror psicológico, tenso, onde a gente não teme a morte, e sim a vida, não, não a vida dos personagens, mas o que pode vir a ser a nossa vida.

O Iluminado


É com um pequeno atraso – de vinte e quatro anos para ser mais exata - que registro minha opinião acerca do filme ´´O Iluminado´´, de Stanley Kubrick.. Mas como já dizia Sócrates, o craque do Corinthians: ´´Clássico é clássico, e vice-versa´´.O roteiro quase todo mundo deve conhecer, mas não custa dar uma repassada: um zelador (Jack Nicholson) e sua família vão trabalhar num gigantesco hotel (antigo palco de um crime hediondo: o antigo zelador matou e esquartejou suas filhas gêmeas, a mulher e depois se matou) cravado no alto das montanhas, em pleno inverno. Bem, já viu a situação, o hotel fica completamente isolado, no meio da neve .O filho do casal é vidente, e entre os corredores e quartos do hotel, começa a ter visões do crime e previsões do que lhes irão acontecer. Não é preciso contar mais nada, deu-se a merda, todo mundo já matou o filme. Porém, isto não tira o encanto. Filme bom de terror, é feito de cenas de silêncio e calmaria, intercaladas com aparições misteriosas, e isto ´´O Iluminado´´ é recheado. Filme bom de terror, também envolve espíritos e outras causas extranaturais (ou extraterrenas) – ou vai me dizer que filme com maníacos, perseguindo virgens colegiais são pérolas do desespero? Algumas cenas são muito longas mas, ao contrário da chatice do ´´2001´´, contribuem para entrar no clima do filme – até aí normal, é do Kubrick mesmo, o cara adorava gastar rolo de filme - ele rodou nada mais nada menos do que 127 vezes uma cena com a atriz Shelley Duvall, até que ela ficasse do jeito como o diretor queria. Aliás, mudando totalmente de assunto, sabe aquelas festas de apartamento com meia dúzia de pessoas que não tem o que falar uma com as outras? Que tal botar um filmezinho pra quebrar o gelo? Qual é a pedida então? Temos ´´2001 – Uma Odisséia no espaço´´ e o clássico pré-histórico ´´A Guerra do Fogo´´, duas películas praticamente sem diálogos (a alegria dos deficientes visuais), relacionando o passado e o futuro com a inaptidão da raça humana para uma comunicação coerente – pois, tudo quanto é merda que houve no mundo começou por falhas na comunicação. Bem, depois desta viagem ridícula, voltamos ao que interessa:As interpretações são antológicas. Sobre o Jack Nicholson não tenho muito o que dizer, ele tem aquela cara natural de maluco e está absolutamente perfeito. O guri atormentado é uma obra, merecia ganhar um Oscar, especialmente quando conversa com seu amigo imaginário. Já a mulher do Nicholson.... bem, se era para ela parecer patética, parabéns! conseguiu! É uma ótima atriz (Shelley Duvall). Agora, caso contrário, ela corre mal pra caralho (parece uma gazela maluca com um facão na mão) e tem cara daqueles peixes mortos, embebidos em pedrinhas de gelo, expostos no açougue do supermercado. Bem, não é a toa que recebeu 1 indicação ao Framboesa de Ouro.Vale a pena assistir este clássico, que ao revés dos filmes deste rótulo, não é chato.. Preste atenção para conferir de onde vêm as idéias ´´geniais e únicas ´´ dos diretores de filmecos atuais. E acima de tudo, ´´ O Iluminado ´´ desperta sentimentos: depois dele, você vai querer procurar um machado e sair por aí decepando cabeças ou ficar angustiado, com medo que aconteça algo parecido com você. Desta vez, acredite na propaganda da capa do vídeo. (Zombie) Só uma curiosidade: Uma semana antes de O Iluminado estrear nos cinemas, Kubrick alterou o final do filme e retirou uma seqüência inteira: depois que vemos as fotos na parede do hotel, a cena se dissolveria e seríamos levados a um hospital. Wendy está descansando em uma cama e Danny está brincando na sala de espera. Stuart Ullman aparece e diz a ela que o corpo de seu marido não foi localizado. Quando Ullman está saindo, ele entrega uma bola para Danny - a mesma bola que rola misteriosamente pelo corredor antes de o garoto ser atacado no quarto 237. Ullman então dá uma risada e vai embora, enquanto Danny olha para o Overlook Hotel